Fuchsia e o futuro do desenvolvimento Android

Publicado em
28/3/2023
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Desde 2016, o Google vem investindo em seu novo sistema operacional: o Fuchsia. Sua primeira versão oficial foi lançada em 2021 e intrigou a comunidade Android: será o novo sistema operacional um substituto ao Android e ChromeOS? O que acontecerá com o desenvolvimento Android, tão difundido entre os desenvolvedores?

Por isso, viemos aqui esclarecer algumas dúvidas sobre esse novo projeto sendo desenvolvido pelo Google em parceria com a comunidade!

O que é o Fuchsia?

Pode-se dizer que o Fuchsia é uma espécie de experimento do Google, pelo menos é o que é dito oficialmente. Trata-se de um esforço para criar um sistema operacional e um kernel inteiramente do zero!

Ao invés de depender de uma opção já existente, como o Android e ChromeOS — baseados em uma versão do Linux Kernel —, o Fuchsia inclui em seu projeto uma implementação de uma espécie de mini-kernel chamado Zircon. Essa união entre sistema operacional e kernel é o que traz grande interesse à comunidade!

No entanto, isso também traz um dilema para o Google e para a comunidade: os aplicativos hoje são compilados para serem executados no Kernel de seus sistemas operacionais e, já que temos um kernel totalmente novo, os aplicativos precisariam passar por alguma forma de atualização para esse novo sistema.

O problema é que ninguém gostaria de comprar um novo aparelho que não tenha seus principais apps e os desenvolvedores não irão trabalhar em suporte para uma nova plataforma antes que ela se torne popular.

Compatibilidade é provavelmente a solução

Com esse problema em mente, a solução adotada pelo Google é trabalhar em compatibilidade entre as plataformas. Não seria agradável de nenhuma forma perder todo o crescimento e evolução do Android e do Linux por décadas, do ponto de vista do SO e do desenvolvedor.

Inicialmente, essa compatibilidade se baseou em rodar uma instância completa do Android como uma máquina virtual, para os aplicativos poderem ser emulados no novo sistema operacional. Uma solução parecida com a usada pelo ChromeOS para oferecer os aplicativos Android em seu sistema.

O problema dessa solução é a clara perda de performance causado pela emulação.

Por isso, recentemente, o Google vem trabalhando em uma solução chama Starnix.

O Starnix

Em julho de 2022, todo o código Fuchsia dentro do AOSP (Android Open Source Project) foi removido e em seu lugar foi deixado um solitário “TODO”, indicando que alguma nova ferramenta seria construída em seu lugar.

Essa ferramenta é o Starnix, que tem como objetivo fornecer uma camada de compatibilidade para os programas compilados para Linux e Android.

Essa camada tem a intenção de funcionar como o Wine (acrônimo para “Wine is not an emulator”). Dessa forma, ao invés de depender de emulação para fornecer aplicativos Android, o Starnix traduz as chamadas de sistema (syscalls) de um binário compilado para Android, para que ele possa ser entendido pelo outro ambiente, o Fuchsia.

Portanto, o Google tem a intenção de tornar os aplicativos Android compatíveis com o novo sistema operacional. Segundo o site 9to5Google, que vem acompanhando o avanço do Fuchsia desde 2017, existem tarefas no roadmap do Fuchsia para melhor gerenciar o processo de init do Android. Além disso, também há tarefas para “lançar e rodar o aplicativo de relógio” no novo sistema.

O futuro do Fuchsia

Analisando todas essas informações, parece claro que o time do Google Fuchsia tem a intenção de usar o sistema operacional além dos aparelhos atuais. Já existem aparelhos no mercado, como o Pixelbook e o Google Nest (Google Home), usando o sistema.  

Mas, com os avanços para tornar o Fuchsia um sistema operacional de propósito geral com suporte a aplicativos Android, teremos que esperar o futuro para saber a quais aparelhos o Google ainda pretende integrá-lo.

O que sabemos até aqui é que:  

  1. o Google não tem intenção de perder todo o ecossistema de desenvolvimento Android construído por anos com a comunidade, visto os esforços para tornar os aplicativos Android compatíveis;
  2. Porém, o Google sabe que não pode depender de aplicativos Android para sempre. A empresa vem investindo em Bootcamps e treinamentos para o novo sistema.

O projeto não parece estar sendo desenvolvido para se limitar aos aparelhos Smart para casa do Google. Mas também não parece que veremos tão cedo o novo sistema alcançar a maturidade suficiente para atender a todo o mercado.

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