Atualmente, tem se tornado cada vez mais evidente que UI e UX são essenciais para o desenvolvimento de diversos tipos de produtos, de físicos a sistemas e aplicativos diversos. Criar serviços que atendam a necessidades reais do usuário é essencial para evitar retrabalhos, gastos desnecessários e até mesmo ter que recomeçar os projetos do zero.
Apesar de UI e UX serem termos bastante utilizados no mercado, existem dúvidas sobre o significado e a forma de aplicação de cada um deles no projeto de desenvolvimento de um produto.
Para falarmos sobre esse tema, conversamos com Antônio Salgado, Gerente de UI/UX no Venturus, que nos explicou em detalhes as principais diferenças entre essas duas especialidades, os benefícios de sua utilização e porque vale a pena o investimento nessa área.
O que é UI e UX?
São duas áreas do design, que, juntas, possuem o objetivo de gerar produtos capazes de proporcionar a melhor experiência possível para o usuário final.
UI é a Interface do Usuário, ou seja, é o que promove a interação dos usuários com o produto, seja um site, um teclado ou a tela de exibição de um celular.
Já o UX é a Experiência do Usuário, que vai além da parte física, focando na experiência sensorial do usuário. Desde as percepções dele sobre a marca, produto ou serviço, até o momento que ele o utiliza.
Quais são as principais diferenças entre UI e UX?
Em teoria, UI é parte de UX: a interface é parte da experiência do usuário. No mercado profissional, no entanto, há uma separação maior de habilidades e interesses dessas duas especialidades.
Para explicar as principais diferenças entre UI e UX, vamos pensar na metodologia Double Diamond (Duplo Diamante), que divide a criação de projetos criativos em 4 etapas específicas: Descoberta, Definição, Desenvolvimento e Entrega.
As partes de Descoberta e Definição fazem parte do primeiro diamante. O segundo diamante, por sua vez, representa as fases de Desenvolvimento e Entrega.
Um designer que trabalha somente com o primeiro diamante terá o foco na pesquisa e na definição da estratégia. Esse profissional é um especialista em UX. Dentro deste campo, ainda há várias subáreas que podem ser refletidas em cargos especializados, como UX Researcher, UX Strategist ou UX Writer.
Os designers focados apenas em UI são aqueles que realizam atividades referentes ao segundo diamante. Quando trabalham com produtos digitais e interface, esses profissionais realizam o desenho de fluxograma, design de interação, a prototipação e desenho de telas, além de cuidar da entrega e fazer a validação com usuários e testes de usabilidade.
Designers focados no segundo diamante também podem trabalhar com outros tipos de produtos físicos. Nesses casos, eles ajudam na criação do produto em si, de acessórios e até suas embalagens.
Embora um time possa ter profissionais distintos atuando nestas funções, é importante entender que eles não trabalham sem contato. Como o próprio Double Diamond implica, o trabalho de pesquisa deve servir de base para a interface com o usuário que, por sua vez, precisa ser validade através de pesquisa.
Um profissional que trabalha com todo o Double Diamond é chamado de designer generalista. Ele realiza tanto atividades de UX quanto de UI. Esse profissional pode trabalhar em etapas relacionadas a pesquisa, definição, estratégia, prototipação e depois a entrega. No mercado, pode ser chamado de designer UX/UI ou apenas designer UX.
Quais são os benefícios de UI/UX e por que investir neles agora?
O principal objetivo de UI e UX é entregar valor ao usuário através da melhor experiência possível. Isso é feito de forma direta ou indireta, através de diferentes ganhos ao negócio:
Melhora da experiência do usuário
Quando um produto é planejado para atender às necessidades do usuário, ele realmente entrega valor a ele. Isso só é possível quando há um bom nível de entendimento sobre o que o usuário precisa e qual a melhor forma de oferecer isso a ele.
Para tanto, são realizadas pesquisas, modelagens do negócio e testes. Dessa forma, é possível pensar em uma estratégia de mercado que faça sentido para o público-alvo.
Um bom exemplo de como oferecer uma boa experiência ao usuário é o Netflix. Antes, o conceito de entretenimento em casa era bastante dependente da TV a cabo paga. O Neflix modificou esse formato padrão para algo que ninguém sabia que precisava, tornando sistemas de streaming a nova referência para o lazer em casa. Hoje, esse novo modelo já faz parte do nosso dia a dia.
Fidelização de usuários
A boa usabilidade do produto ajuda na fidelização de usuários. Isso acontece porque produtos bem desenvolvidos agregam valor a quem os utiliza.
A experiência do usuário é definida por diversos elementos. Peter Morville propõe um modelo de representação do ecossistema de experiência do usuário chamado User Experience Honeycomb (Favo de Mel da Experiência do Usuário).
O modelo possuí 7 elementos. Segundo eles, um produto deve ser:
- Útil: ao perceber a inutilidade do que foi adquirido, você só sentirá frustração.
- Usável: o produto deve seguir regras mínimas de usabilidade para que o usuário alcance seu objetivo de forma satisfatória.
- Encontrável/Localizável: o produto precisa ser fácil de encontrar. Se a demanda é maior, como é a experiência dos consumidores que estão esperando pela compra? Ainda estão esperando ou já migraram?
- Crível: qual a confiança a sua marca traz para o produto? Algumas pessoas associam a confiança à marca. Assim, evitam ou compram produtos de acordo com a sua marca.
- Desejável: seu produto deve gerar uma reação emocional de desejo no seu potencial usuário. Seja por questões estéticas, memória afetiva ou outros elementos.
- Acessível: crie uma experiência inclusiva, que considere as mais diferentes necessidades do usuário.
- Melhoria da imagem no mercado: Quem nunca adquiriu um produto porque viu alguma propaganda sobre ele e depois se decepcionou em pouco tempo de uso? A má experiência do usuário gera frustração e prejudica a imagem do produto no mercado.
Processo de desenvolvimento mais assertivo
A realização de uma boa pesquisa sobre a viabilidade de um produto traz muitos benefícios, pois, com ela, é possível ter uma noção melhor do que os usuários precisam. Dessa forma, podemos desenvolver uma solução mais eficiente. Mesmo que seja preciso fazer alguma melhoria, ela será menor que um produto desenvolvido sem essas referências.
Isso também reduz o custo para desenvolver o produto, pois resulta em iterações de produtos cada vez mais assertivas. Dessa forma, o processo requer menos ciclos de desenvolvimento. O resultado é a redução de despesas com a correção do projeto.
O processo de descoberta com design
O Product Discovery é uma metodologia utilizada pela Venturus para auxiliar as empresas no desenvolvimento de seus produtos. Ele põe em prática o Double Diamond, utilizando ambas as especialidades de UI e UX e materializando todos os seus benefícios, ajudando times a fazer o desenho e validação completa do produto proposto.
Muitas startups não dão certo, desistem ou deixam de existir exatamente por esse motivo: quando o produto é lançado, percebe-se que não há interesse de mercado no que está sendo oferecido.
O Product Discovery proporciona a vantagem de validar realmente o produto que será entregue. Dessa forma, é possível verificar se haverá entrega de valor aos usuários com aquele produto, além de ajudar a identificar pontos de melhoria logo na fase inicial, de pesquisa e na definição sobre o que representa realmente a validação dos desejos dos usuários.
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