É inevitável para um designer ouvir falar sobre Design Thinking. Além disso, também é impossível trabalhar em uma empresa de tecnologia e não praticar esse mesmo método.
Mas, afinal, o que é Design Thinking? Para que serve? E qual a sua relação com uma empresa de negócios hoje em dia?
Bom, não é difícil responder a essas perguntas, mas, primeiramente, vamos introduzir alguns conceitos relacionados ao Design Thinking e, na sequência, explicaremos como ele funciona e como pode nos ajudar. Confira!
O que é Design Thinking?
A palavra “design” é constantemente ligada à qualidade e/ou aparência estética dos produtos, porém, o design é muito mais do que isso. Ele tem como objetivo principal promover o bem-estar, ou seja, unir o útil ao agradável na relação entre produto e usuário.
Assim, não é só de aparência que vive o design. Aposto que você já parou de usar um aplicativo por ter uma usabilidade horrível, mesmo gostando muito dele visualmente e tendo investido tempo para aprender a utilizá-lo.
Também temos o caso inverso, de um aplicativo que, visualmente, é horrível, mas que atende às suas necessidades como nenhum outro. Isso acontece porque, provavelmente, esse aplicativo não passou por um projeto de design. Ou seja, ele foi projetado ou pensando na usabilidade ou pensando na estética (que é diferente em pensar na interface).
Quando unimos os dois — usabilidade e interface — o usuário fica pelo todo, não dividido entre um deles. Nisso, a chance do aplicativo ser recomendado é maior, gerando ainda mais engajamento. Por isso, aplicar as ferramentas e processos de design corretamente faz a diferença no produto final, permitindo que ele atraia usuários visualmente e os mantenha pelo seu todo.
O Design Thinking é como o designer pensa
A maneira como o designer percebe e resolve problemas foi o que resultou na expansão do design, conseguindo entrar em outras áreas, como, por exemplo, a área empresarial. Reconhecer problemas e gerar soluções é a principal tarefa do designer, ou seja, identificar o que prejudica ou impede a experiência de um usuário e retirar esse empecilho ao bem-estar na vida das pessoas.
O Design Thinking nada mais é do que a maneira como o designer pensa, utilizando o pensamento abdutivo — um raciocínio não muito convencional no meio empresarial.
O pensamento abdutivo consiste em elaborar questionamentos por meio da apreensão ou compreensão de fenômenos — ou seja, formular perguntas que deverão ser respondidas a partir das informações coletadas durante as observações do problema.
Assim, quando se pensa de maneira abdutiva, a solução acontece a partir do problema, sem dar a oportunidade para produtos que não resolvem problema algum. Pode ser um aplicativo, um site, celular, serviço ou até mesmo só a ideia.
É mais comum que o Design Thinking seja usado junto com outros métodos do que seja aplicado sozinho. Um exemplo disso é o HCD (Human Centered Design ou Design Centrado no Humano), uma metodologia aplicada aos processos de desenvolvimento de produtos, que coloca as necessidades dos usuários como o centro da solução.
As fases do Design Thinking
O Design Thinking possui fases que podem ser usadas de forma não linear, fazendo com que o processo possa ser moldado conforme as necessidades do projeto. Essa flexibilidade também permite que o Design Thinking seja utilizado junto de outras metodologias de forma complementar, customizando os processos ainda mais.
Abaixo, colocamos as três fases do Design Thinking:
1 - Imersão
O Design Thinking é divido em 3 fases. A primeira fase, denominada Imersão, tem o objetivo de aproximar a equipe ao contexto do projeto. Para tanto, a equipe de projeto analisa o ponto de vista da empresa (cliente) e do usuário final (público que deve ser alcançado).
A Imersão é subdivida em duas fases, a Imersão Preliminar e a Imersão em Profundidade.
Na primeira, procura-se entender o problema, fazendo uma aproximação do projeto, já que é nesse momento em que a equipe tem o contato inicial com o problema que será trabalho. Já na segunda etapa, a da Imersão em Profundidade, acontece uma pesquisa aprofundada do contexto do assunto trabalhado. Ela tende a focar no ser humano, com o objetivo de levantar informações sobre os usuários: como falam, agem, pensam ou sentem.
Quando levantados os perfis extremos, torna-se possível criar soluções que atendam a todos os perfis identificados. A inclusão de perfis extremos significa que essas soluções atendem a grupos que talvez não seriam considerados se as diferenças não fossem observadas.
2 - Ideação
A Ideação é a segunda fase do processo de Design Thinking. Nessa fase, o intuito é gerar ideias inovadoras em relação ao tema do projeto. Para isso, são utilizadas ferramentas de síntese — iniciadas na etapa de Análise — que estimulem a criatividade e consigam gerar soluções que tenham o mesmo contexto do assunto trabalhado.
Além da utilização dessas ferramentas, é importante que haja variedade de pessoas com perfis diferentes no processo de geração de ideias, pois essas diferenças tornam o resultado final mais assertivo e focado no problema.
3 - Prototipação
Selecionadas as ideais que atendem aos objetivos dos negócios, viabilidade tecnologia e atendimento às necessidades humanas, passamos à etapa de Prototipação.
A Prototipação é a terceira e última fase do processo de Design Thinking. A função dessa etapa é auxiliar na tangibilidade das ideias, estimulando o aprendizado contínuo e contendo a possível validação da solução. Ela pode ocorrer paralelamente à primeira e à segunda fase.
A prototipação torna físico o que, até o momento, ficava apenas no imaginário e no campo das ideias. E isto nos permite realmente ver quais os acertos e os erros do projeto, prevenindo custos que poderiam ser muito grandes lá na frente.
Design Thinking em negócios
Para ter sucesso depois de aplicado o Design Thinking, não se deve pensar apenas no lado criativo, é preciso que a essência das ideias se mantenha antes e depois do processo. Ou seja, não adianta criar o seu produto e, quando ele é implementado no mercado, a ideia não é aplicada.
Se foi identificado que o público do seu produto ama maçãs, o ideal é que você foque nessas maçãs, mesmo que não seja o seu desejo. É focando no que foi traçado, por meio das pesquisas, que se têm resultados.
O Design Thinking pode ajudar o seu negócio
O Design Thinking é sobre como o designer pode ajudar a resolver um problema, seja ele dentro do Design ou em outras áreas. O objetivo é ter um olhar diferente, porque é com esse olhar que encontramos uma solução inovadora.
Embora as fases do Design Thinking tenham sido apresentadas de forma sequencial, é possível usa-las de formas versátil e não linear. Ou seja, as fases podem ser moldadas conforme as necessidades do projeto e do problema em questão.
O mundo está em constante transformação e o Design Thinking pode ajudar você e o seu negócio a acompanhar essas mudanças de forma leve, assertiva e inovadora. Converse com os nossos especialistas!