O novo cenário industrial prega cada vez mais pela inclusão de automatização, sensoriamento e inteligência dos processos de fabricação. Nesse contexto, a Internet das Coisas ganha muita relevância, já que ela permite o monitoramento e controle de vários objetos e processos. No entanto, ela também gera muitos dados para processar e aí surge que surge o conceito de Edge Computing.
O Edge Computing resolve os problemas causados pelo aumento do tráfego de dados que a Internet das Coisas traz. Isso acontece porque os dados gerados pelos dispositivos IoT, por vezes, precisam ser enviados a um outro dispositivo ou data center para serem tratados e processados.
Com o Edge Computing, esse processamento de dados é feito o mais próximo possível de onde os dados são gerados. Isso diminui a latência, custos e até necessidades de infraestrutura.
Neste artigo você entenderá mais sobre os dispositivos de computação de borda e os benefícios desse conceito.
Dispositivos de Edge Computing
Edge Computing é a computação realizada em dispositivos que coletam dados — que estão na borda (edge) de um processo, ao invés de uma central de processamento.
Na prática, um dispositivo de computação de borda pode ser desde um computador tradicional até o próprio dispositivo IoT. O poder de processamento destes dispositivos depende somente dos dados a serem processados.
Dessa forma, um dispositivo IoT que monitora vários sensores não precisa de uma capacidade de processamento muito grande. Mas, quando esse dispositivo se torna também um computador de borda, ele passa a necessitar um processamento um pouco maior para poder processar os dados e até tomar decisões localmente.
É possível até que um smartphone possa trabalhar como um processador de borda, visto o grande poder de processamento contido nos aparelhos atuais. Com as várias opções de conexões — Wi-Fi, Bluetooth, NFC etc. — disponíveis em um smartphone comum, ele pode se conectar diretamente a sensores inteligentes, processar os dados, tomar decisões e enviar apenas o necessário à nuvem.
Benefícios do Edge Computing
Na estrutura tradicional de uma fábrica, a rede de dados termina em um data center interno ou em uma cloud externa em que o armazenamento, gerenciamento e análise dos dados coletados pelos sensores são realizados. Isso funciona bem quando temos apenas os computadores dos funcionários conectados aos servidores.
No entanto, à medida em que os dispositivos IoT são acrescentados à rede, o volume de dados trafegando e a complexidade do sistema aumentam. Isso se deve à concorrência entre eles por recursos de comunicação.
Assim, quanto maior tráfego de dados significa maior latência no sistema, ou seja, a comunicação entre os aparelhos fica mais lenta.
Além disso, caso a empresa use um provedor de serviços na nuvem ou seus servidores fiquem em armazenados localmente, há um aumento nos custos pelo uso maior da banda contratada e de recursos.
Menor latência = maior velocidade + economia
Trazendo o processamento para mais perto de onde os dados são gerados, a rede é desafogada e os recursos são mais bem aproveitados. A latência diminui, pois o servidor está mais perto e conectado a menos dispositivos. Os dados enviados do dispositivo de borda ao servidor central ou à nuvem já são pré-processados. Além disso, são enviados apenas os dados necessários, gerando menos trafego.
Assim, aplicar a computação de borda na indústria gera economia de contratação de largura de banda na nuvem e da necessidade de servidores com grande capacidade de processamento. Com o processamento espalhado pela fábrica, as diferentes áreas se tornam mais independentes.
Segurança da operação e dos dados
Com a independência de cada área, falhas ou paradas em algum ponto da operação não afetam o processamento em outro. Até mesmo a falha no servidor central pode não atrapalhar, já que o processamento em borda garante o armazenamento local para envio futuro, quando tudo voltar ao normal.
Outra vantagem é a segurança dos dados. Dados sensíveis podem ficar limitados apenas ao computador ou dispositivo na borda trafegando em local seguro, dentro da fábrica ou em uma área ainda menor. Dividindo e isolando o tratamento destes dados ganha-se também em robustez, já que um sistema fica isolado de outro. Uma falha ou parada em um sistema de borda afeta apenas aquele local, os outros sistemas continuam funcionando.
Acrescentando inteligência à borda
Com o aumento recente do poder de processamento dos dispositivos IoT, a computação de borda também ganha o poder da inteligência artificial. Em alguns casos, podemos fazer o processamento dos dados e gerar respostas diretamente no computador de borda.
Dessa forma, quando um sensor é lido, por exemplo, o valor da medida é armazenado e processado localmente. A resposta para controle de um processo também é executada localmente, de forma automatizada, aumentando a velocidade da tomada de decisão. Com isso, o sistema fica ainda mais inteligente.
Um dos maiores beneficiários dessa evolução é o processamento de imagens. As imagens vindas de câmeras podem ser processadas localmente, sem necessidade de envio pela rede para o servidor central processar e devolver o resultado. Sistemas de visão, que identificam objetos, fazem reconhecimento de caracteres (OCR) e outras aplicações ficam mais rápidos e não ocupam grande parte de banda de rede ao fazer tudo na borda.
Edge Computing traz diversos ganhos para o seu negócio
A inclusão da IoT na indústria com a revolução digital criou uma enorme quantidade de dados a serem processados, gerando mais tráfego nas redes industriais. Usando computação de borda, trazemos o processamento, armazenamento, análise e tomada de decisões para perto de onde os dados são gerados.
Assim, a disponibilidade dos dados localmente pode ajudar a diminuir custos e propiciar agilidade nos processos. Mudanças podem ser feitas diretamente no local onde os dados são gerados, pelo pessoal que mais conhece os processos, diretamente na linha de produção. Isso permite uma atuação mais precisa e veloz sobre os dados coletados, permitindo que os processos se tornem mais ágeis e inteligentes.
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