No mundo de hoje, o design precisa acompanhar as mudanças comportamentais da sociedade para obter sucesso. Ninguém quer utilizar algo que não atenda às suas necessidades ou algo que elas se sentem obrigadas a utilizar por falta de opção.
Sem seguir as tendências ou ouvir o usuário final, os produtos e serviços ficam mais fáceis de serem substituídos por novos. É daí que entra o HCD, ou Human-Centered Design (Design Centrado no Humano, na tradução).
É ele que ajuda a construir soluções mais desejadas, que agregam ao negócio e, o melhor, corresponde às exigências dos usuários. Entenda mais sobre esse processo neste artigo.
O que é HCD
O HCD ou UCD (Design Centrado no Usuário) é uma metodologia de design aplicada nos processos de desenvolvimento de produtos. Essencialmente, ele nos ajuda a criar soluções que atendam às necessidades dos usuários, colocando-os no centro do desenvolvimento.
Assim, podemos entender o HCD como uma visão focada em resolver problemas das pessoas, colocando quem, de fato, vai utilizar nossa solução no centro de nossos processos e pensamentos.
Ou seja, o HCD é sobre pessoas, não tecnologias.
Por exemplo, quando falamos nas lanchas, qual o usuário vem à sua mente? Se você pensou no condutor da lancha, você acertou! Mas esse é apenas o usuário primário da lancha. Ainda há os passageiros, os banhistas e até mesmo outras pessoas que estão em outras lanchas ao redor.
Precisamos pensar em tudo o que pode impactar negativamente na percepção das pessoas, até mesmo quando elas não estão utilizando nosso produto. E o HCD nos permite fazer exatamente isso com 4 princípios básicos.
Princípios do HCD
Esses princípios podem ser considerados atividades, mas não são necessariamente lineares. Elas se adaptam ao projeto, produto ou serviço. Muitas vezes podemos ir e vir entre elas. Essas atividades são:
- Entender e especificar o contexto de uso;
- Entender e especificar os requisitos de negócio e de usuários;
- Projetar para solucionar os pontos levantados;
- Testar as soluções e avaliar se elas atendem aos requisitos e contextos levantados.
Ao estabelecer essas atividades no processo de desenvolvimento de produtos e serviços, estamos garantimos que estamos produzindo uma solução que agrega valor ao negócio e às pessoas que serão impactadas por ela.
1 - Entender e especificar o contexto de uso
Nesta atividade, levantamos as características de nossos usuários por pesquisas, para podermos entender quem eles são, onde estão e o que estão buscando resolver em seu dia a dia.
Além disso, vamos entender quando eles utilizam nossa solução: se estão em casa, se estão na rua e o que estão fazendo. Isso nos permite construir personas para nossos produtos, mapas de empatia e jornadas de usuário. Assim, conseguimos nos orientar no momento de concepção da nossa solução.
Quando pensamos em quem vai utilizar nossa solução e, mais do que isto, ouvimos essa pessoa, podemos evitar erros e encontrar falhas e inconsistências de maneira mais rápida e eficaz. Isto diminui o tempo de retrabalho e o investimento em desenvolvimento, já que os desenvolvedores, designers, PMs, POs e demais stakeholders tem um direcionamento mais claro sobre os usuários.
2 - Entender e especificar os requisitos de negócios e de usuários
Muitas vezes, ao falar de desenvolvimento de produtos, tendemos a especificar listas e mais listas de funcionalidades técnicas e acabamos deixando de observar os objetivos e necessidades do negócio e do usuário.
Quando listamos requisitos funcionais antes de levantar requisitos de negócio ou usuário, estamos dando uma solução antes de entender o real problema das pessoas e como a solução dele pode trazer valor à nossa empresa.
Ao inverter a lógica e colocar os requisitos de negócio em primeiro plano, olhamos para os objetivos estratégicos que nossa empresa deseja atingir com determinado produto ou serviço. Além disso, ao olhar para os requisitos dos usuários, entendemos quais as atividades eles esperam concluir ao utilizar nossa solução.
Ouvindo as pessoas, podemos pensar em como auxiliar o usuário a interagir mais e melhor com o que estamos propondo. Dessa forma, podemos encontrar caminhos para diminuir as chances de que ele fique frustrado por não conseguir utilizar a solução ou não encontrar o que estava buscando.
3 - Projetar para solucionar os pontos levantados
Após entendermos para quem estamos projetando e quais são os objetivos do negócio, precisamos levantar hipóteses de como atingir esses objetivos e de fato criar a solução.
Desenvolver algo que não agrega valor pode sair muito caro e, para evitar isso, construímos protótipos de baixa, média e alta fidelidade. Com eles, podemos sair de um conceito mais amplo e passar a uma visão mais realista do produto final, permitindo que a ideia seja testada em partes com o usuário final.
Nesse momento, analisamos tudo o que temos para construir o melhor produto possível, olhando também para as variáveis técnicas. Aqui, devemos pensar em quais recursos estão disponíveis para nos ajudar a implementar nossa solução, qual o seu impacto no negócio e quais opções técnicas podem nos ajudar a fazer com que o usuário chegue ao seu mesmo objetivo final.
Não simplesmente chegar ao seu objetivo final, mas chegar ao seu objetivo final da maneira mais intuitiva possível. Como diria um dos grandes nomes da área de UX, Don Norman, em seu livro “Design do dia a dia”:
“[…] Quando um dispositivo tão simples quanto uma porta precisa de um manual de instruções, mesmo que seja um manual de apenas uma palavra, é um projeto ruim, uma falha”.
4 - Testar e avaliar as soluções
Agora que definimos como deve ser nosso produto, é hora de levarmos nosso protótipo aos nossos stakeholders. Nessa atividade, avaliamos se a solução que projetamos de fato atende aos objetivos do negócio e procuramos entender se esse produto resolve o problema do usuário no contexto em que ele será utilizado.
Nessa fase, colhemos feedback sobre as hipóteses que levantamos e as validamos (ou invalidamos, o que também é algo positivo). Assim, podemos avaliar se a solução atinge seu objetivo e, principalmente, descobrir o que não funciona antes de implementá-la, evitando, assim, desperdiçar recursos.
Aqui, elaboramos testes de usabilidade para avaliar se as tarefas estão sendo concluídas com sucesso, se o usuário consegue encontrar o que está buscando e se a experiência que ele está tendo é a esperada.
Se descobrirmos que algo não funciona ou que funciona apenas parcialmente, temos a oportunidade de corrigir o percurso do desenvolvimento do nosso produto antes que ele chegue ao mercado.
No mesmo pensamento, ao validarmos soluções que funcionam, podemos prosseguir com uma segurança maior de que estamos no caminho correto para oferecer uma solução que, de fato, ajudará as pessoas e, ao mesmo tempo, melhorarará o nosso negócio.
Além disso, segundo a Dr. Susan Weinschenk, da Human Factors International, uma empresa conhecida por implementar CXI (Customer Experience Integration ou Integração de Experiência de Clientes), o retrabalho pode ser evitado 50% das vezes com HCD.
Design focado e voltado para as pessoas
Por aqui no Venturus temos uma célula voltada apenas para design. Pensando, pesquisando e desenvolvendo cada projeto de forma única.
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